setembro 23, 2025

Reclamei do meu amigo de infância e acabou dando ruim - Capítulo 01

Capítulo 01

Nota da Tradutora: Esta história foi originalmente concebida como um One-Shot — um capítulo único e fechado.
Porém, devido à sua extensão, optei por dividi-la em capítulos para tornar a leitura mais fluida.
Ainda assim, trata-se de uma narrativa completa, com início, meio e fim dentro desta única obra.


Naquele dia, a filha do empobrecido barão, Efa Labein, havia se arrumado com todo o cuidado antes de sair para a cidade.

“Esse vestido e esse enfeite de cabelo caem muito bem em você. É como se tivessem sido feitos especialmente para ti.”
“Oh… fico tão feliz em ouvir isso…!”

Afinal, era um encontro.
E para Efa, que estava em plena busca por um marido, tratava-se de um momento decisivo.

O parceiro era o filho de um visconde provincial alguém que, para uma simples filha de barão arruinado, era até mais do que ela poderia sonhar.

Apesar de estar vestida com um vestido barato de produção em massa e adornos igualmente simples, Efa mantinha um sorriso delicado, enquanto sua mente trabalhava freneticamente:

(Preciso encontrar uma brecha… qualquer chance… tenho que conquistar sua simpatia, custe o que custar!)

O objetivo de Efa era simples: casar-se com o melhor partido possível.
Mas, por certo motivo, já havia sido rejeitada diversas vezes, e ultimamente corria um rumor cruel:
“Uma mulher fatal que seduz e descarta os homens um após o outro”; “Uma mulher perigosa com quem não se deve envolver.”

(Mal sei lidar com homens, quanto mais brincar com eles! Não… desta vez, preciso chegar até o casamento, aconteça o que acontecer!)

Felizmente, até aquele momento, o jovem visconde parecia gostar dela.
Efa rezava em silêncio para que tudo continuasse bem… mas a realidade não seria tão gentil.

“Ora, ora, rapaz… todo arrumado, é um encontro?”
“Ih, tá bem acompanhado, hein? Bela mulher!”

De repente, um grupo de brutamontes surgiu à frente, abordando-os de maneira típica de encrenqueiros de rua.

(Isso é péssimo…!)

Efa gelou.
Não pelo medo dos homens, mas pelo receio de que o filho do visconde se assustasse e a deixasse.

“É melhor não darmos atenção a eles. Vamos embora.”

Tentou se afastar discretamente, mas já era tarde.

“Ei, moleque. Se não quiser sair machucado, deixa a mulher aqui e corre.”
“Ou vai querer bancar o valente na frente dela? Vai, enfrenta a gente!”

Estalando os dedos de forma ameaçadora, os homens cercaram o casal.
As falas eram tão forçadas que pareciam ensaiadas… mas para o jovem visconde, criado como uma flor de estufa, o efeito foi devastador.

"Hiiiihhhhhh!!”

Com um grito patético, ele largou Efa e fugiu correndo.

(Ahh… outra vez fracassei…)

Com vontade de chorar, Efa suspirou fundo.
Mas, para sua surpresa, os brutamontes se entreolharam, nervosos.

“A-anima-se aí, mocinha! Melhor assim do que se amarrar num covarde daqueles!”
“É! Que tal comer alguma coisa? De barriga cheia, a gente esquece as tristezas!”

As tentativas desajeitadas de consolo arrancaram um sorriso dela.
Efa curvou-se, agradecendo educadamente:

“Agradeço a bondade de vocês. …E também, pelo trabalho de hoje.”
“…Hã?”
“Está aí, não está, Lorde Ciaran?”

Ao chamar para o vazio, uma figura esguia surgiu da sombra de um prédio.
O herdeiro da Casa Ducal de Granatua Ciaran.
Com uma beleza cintilante como a de uma joia rara, ele atraía olhares e suspiros de todos ao redor apenas por estar presente.

(Só de ficar parado já impõe essa aura… os verdadeiros nobres são mesmo de outro mundo…)

Efa, entre a admiração e o cansaço, observou enquanto ele se aproximava a passos firmes.

“Parece que o plano correu bem.”
“De forma alguma. Para mim, foi um desastre.”

Ela retrucou, quase em protesto.
Ciaran, por sua vez, apenas sorriu com leve constrangimento.

“Ao menos descobrimos o verdadeiro caráter dele. Abandonar a dama que o acompanhava e fugir sozinho… indigno de qualquer cavalheiro.”
"Mesmo assim…! Para mim, era uma chance única!”

Efa avançou, indignada.
Ele ergueu as mãos, rendendo-se.

“Está bem, está bem. Continuemos essa conversa em um lugar mais calmo. Conheço um restaurante próximo, de confiança.”
“Dispenso. Se alguém nos vir jantando juntos, novos rumores vão surgir.”
“Não se preocupe. Há uma entrada reservada e uma sala particular só para nós.”

(Esse herdeiro atrevido…!)

Não havia mais como recusar.
O encontro estava arruinado de qualquer forma, e pelo menos sairia dali com o estômago cheio.

“Ah, e vocês também, bom trabalho. Recebam a recompensa com os homens da Casa Granatua.”
“Sim, jovem mestre!”

Com uma reverência, os brutamontes se dispersaram.
Efa não tinha mais dúvidas: eram apenas figurantes pagos por Ciaran.

“Vamos, Efa.”

Com um sorriso encantador, ele lhe estendeu a mão.
Ela a aceitou, embora seu coração estivesse repleto de sentimentos contraditórios.

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